Recomeçar

Recomeçar
Assim como a fênix meu destino é o de renascer das cinzas. Quando acredito ter me aproximado de algo, na verdade este é o momento de abandonar tudo e recomeçar. Sempre de uma nova forma. De uma nova maneira, para que assim eu possa viver muitas vidas em uma única vida. (By Edna Vezzoni)

domingo, 20 de novembro de 2016


Lá fora.
Olhei para ele.
Ele olhou para mim.
Ainda estava verde.
Apenas folhas.
Deixei-o por algum tempo;
Assoberbada com outros afazeres.
Um dia olhei para ele.
Carregado de flores brancas.
Bem mais tarde no tempo...
Os grãos maduros. Vermelhos.
Prontos para a colheita.
Doces frutos. Aroma da infância.
Lembranças de uma vida, contidas na peneira do tempo.
Do coador exala o perfume e a xícara fumegante,
Me leva até ele.
Reverencio o seu poder, sua força e me curvo solene.
Diante deste nobre Senhor.
Cafeeiro.

Edna Vezzoni



sexta-feira, 18 de novembro de 2016


Cabelos libertos.
Bailando.
Todas em sincronia.
Na regência dos ventos
Madeixas de fogo
Acompanhando o vergar dos troncos foleados.
Entre o ir e vir do ser, nas leiras enluaradas do campo.
Espigas de milho.


Edna Vezzoni.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016


Na hora sagrada.
Em que o dia transita para a noite.
Entre o limiar dos mundos.
Paira no ar o silêncio silencioso do Verbo.
Encanto. Magia. Preparação da vida.
O vermelho vem descendo em seu degrade alaranjado.
Colore nuvens esgarçadas até o doce tom do rosa.
O rosa do amor.
De repente... sem aviso antecipado,
O manto negro da noite envolve a Terra.
E, a Lua baila. Divina em sua carruagem
Percorrendo os caminhos do céu em busca dos corações apaixonados...
Apaixonados para além do amor entre casais.
Corações recheados do Amor Incondicional.
Na hora sagrada, tudo acontece.
E o som que movimenta os ventos é o do violino.

Edna Vezzoni

domingo, 13 de novembro de 2016



Espiralava.
Rodopiava.
Elevando-se em direção ao alto do Altíssimo
Espaço sideral.
Subia em rolos perfumados.
Estalava, crepitava.
Gritava dentro do seu queimar.
Por fim se entregava até se consumir.
Fogo purificador nos galhos do Alecrim.


Edna Vezzoni

quinta-feira, 10 de novembro de 2016


Uma estrada.
Quantas dobras e ranhuras,
Vielas e corredores.
Rugosidades... teias tecidas ao longo das urdiduras.
Caminhos e passos.
Emaranhados no tempo sem tempo.
Da velhice???
Não! Da tenra folha de alface.


Edna Vezzoni

terça-feira, 8 de novembro de 2016


Ele veio.
Pairou no ar.
Pousou no galho.
Beijou a lânguida e amarela flor.
Por um único instante dentro da eternidade.
E, leve como o vento, se foi como quem não chegou.
Talvez, retorne depois...
O Beija-flor.


Edna Vezzoni.

domingo, 6 de novembro de 2016

Nova fase.


O lápis estava parado.
Deitado sobre o papel.
O papel reciclado em branco.
Não! Não é branco é cinza...
Cinza lembra coisas queimadas...
Como árvores tombadas pelas labaredas.
Línguas de fogo a expressar ardor.
A impetuosidade me traz a imagem das borboletas.
Nascidas do fogo-no-ar.
E assim, o lápis correu sobre o papel juntando as palavras para dar forma a mais este dia.


Edna Vezzoni